Somos uma igreja pentecostal pós-clássica, constituída por uma liderança jovem, urbana e tecnológica que não pauta sua organização e estratégia eclesiástica nos moldes de sua mãe, às Assembleias de Deus-ADs.

Assim, poderíamos dizer que a Mais de Cristo é uma filha emancipada das ADs, uma vez que desde o seu nascimento valorizou a importância da educação teológica (vista com ares de desconfiança e até colocada sub-judice por muitos líderes do movimento pentecostal clássico, as Ads), bem como a superação de concepções escatomaníacas e escatofóbicas relativamente presentes em muitas religiões, preferindo tratar a realidade humana em todos os seus aspectos, sem contudo perder a esperança escatológica já presentes através da igreja, cuja missão é ser a escritura viva para o mundo.

Assim sendo, a Mais de Cristo não é neopentecostal (pois se distância das metodologias rito-sincréticos e pragmáticas utilizadas por esses grupos que a sociologia da religião tem chamado de “terceira onda” em interface as duas primeiras), mas também não é pentecostal no sentido clássico, em função de suas ênfases teológicas, bem como a sua constituição institucional se distanciar desta.

Portanto, fica evidente que a Mais de Cristo é pós-clássica não por ser pós-moderna, e sim por se perceber além dos limites das ADs, bem como por dialogar com um público pós-moderno, na tentativa de (re)situá-los, a partir de questões histórico-sociais a uma espiritualidade contemporizada e extra-ordinária, conceito aqui utilizado para enfatizar aquilo que está para além do comum. Uma vez, que a mensagem da fé, é incomum!

Assim, não seria nenhum absurdo compreender o conceito pós-clássico aplicados a Mais de Cristo, como um “pentecostalismo protestantizado”, que por assimilação de um discurso racional, sistêmico e ético protestantizasse, ao mesmo tempo que preserva suas origens carismáticas.